De tempos em ventos, repousam em Itatinga - a praia vizinha da Ilha do Livramento - aves migratórias que, pequenas e incansáveis, atravessam quilometros de céu e mar, até lá chegarem.
É um ciclo da natureza que se repete anual_mente. É Certa_mente, um belo espetáculo visual o vôo das aves, que alçam-se aos ventos, empinando nosso olhar que se voa com o movimento.
Guiadas por um instinto de orientação coletivo, bandoleiras, voam e voltam como uma nuvem de penas, descendo até repousar em um céu de areia fina.
Da Praia de Itatinga, vemos o mangue - com os olhos do mar - e a Ilha do Livramento em um canto do horizonte. Do outro, desliza pesado, com sua carga de minério - quiçá o que outrora servira para dar corpo a sua própria tonelosa carapaça - um navio - silencioso, obscuro e triste, como quem carrega muita culpa. Segue poluindo o belo - e não mais vazio - infinito do horizonte, como também as águas por sobre as quais desliza pesada_mente.
Mesmo assim, sua impiedosa forma descompensada e minimizado pela distância e pelo além, torna tamanha inveção bestial, em apenas um ruído, diante da magnitude singela dos encantados emplumados, gigantes em sua miudeza.
A Praia de Itantinga, pode ser uma experiência incrível, para quem vier de coração aberto, vivê-la.
